Conscientização

Com diagnóstico precoce, cerca de 80% de crianças com câncer podem alcançar a cura

Causas da doença infantil ainda são desconhecidas; tratamento e diagnóstico o mais cedo possível são as melhores formas de prevenção

Foto: Marcello Casal Jr - Agência Brasil - Falta de informações ainda atrapalha a identificação de fatores de risco para os pequenos

Lembrado mundialmente em todo 15 de fevereiro há 22 anos, o Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil é uma data dedicada à conscientização sobre a importância do papel dos familiares da criança na atenção a sintomas e no enfrentamento à doença. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a enfermidade já representa a primeira causa de morte por doenças entre crianças e adolescentes de um a 19 anos no País. O Inca ainda estima que no triênio 2023/2025 ocorrerão, a cada ano, mais de 7,9 mil novos casos de câncer infantojuvenil.

Apesar do número alarmante, com o diagnóstico precoce, cerca de 80% dos pacientes podem alcançar a cura. Diante disso, a data instituída pela Childhood Cancer International, incentiva as ações em prol da garantia de melhor qualidade de vida aos pacientes, tratamentos mais eficazes e atendimento mais cedo possível para prevenção, assim como para o combate da doença. Para aumentar os índices de cura é essencial que os pais e responsáveis estejam atentos à saúde das crianças e mesmo diante de sinais leves encaminhá-los à consulta médica.

Isso porque o câncer infantil apresenta sintomas que podem ser confundidos com outras enfermidades mais prevalentes na infância. Conforme explica a oncologista pediátrica e professora da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Carolina Osório Lopes, dentre os principais tipos da doença que acomete crianças e adolescentes são leucemias, linfomas e tumores do sistema nervoso central.

Sintomas

A especialista explica que em cada tipo de câncer há sinais que os pais devem ficar atentos. Sintomas de leucemias se apresentam como sangramentos na gengivas e nasais e hematomas pelo corpo. "Começam a aparecer várias manchas roxas em locais que não são habituais, nas costas, na barriga, que não são lugares que frequentemente a criança bate", destaca a médica.

Além disso, outros indícios são quando a criança apresenta cansaço frequente, falta de apetite e febres de maneira intermitente. "A criança fica dois ou três dias com febre daqui a pouco passa, tem que ser investigado". Já nos linfomas, há aumento de linfonodos, caroços (ínguas) na região do pescoço, cervical, e próximo à clavícula. "Que vão aumentando e em duas semanas não se resolvem".

Nos tumores cerebrais, há manifestações de perda de equilíbrio, quando a criança começa a cair frequentemente, assim como ter dores de cabeça que não melhoram e que vão ficando cada vez mais intensas. "Mas são queixas que têm que ser repetitivas, não é porque teve uma dor de cabeça que já pode ser um tumor", ressalta Carolina.

Outros sinais que requerem atenção médica são vômitos, tontura e alterações bruscas de comportamentos. "São sintomas comuns a várias doenças, mas entram no diagnóstico diferencial que tem que ser feito para não perder o início do tratamento de forma precoce".

Causas e tratamento

De acordo com a oncologista pediátrica, a maioria dos cânceres na infância não têm uma causa definida e ainda não se sabe o porque que algumas crianças vão desenvolver a doença e outras não. Diante da falta de informação, os profissionais não conseguem atuar nos fatores de risco como em cânceres em idade adulta (estilo de vida, tabagismo, entre outros), sendo o diagnóstico precoce a única medida próxima da prevenção.

Já os tratamentos são semelhantes aos dos adultos, variando de acordo com o tipo de tumor. O enfrentamento do câncer infantil tem três pilares: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Alguns tumores precisam dos três tipos de tratamento outros não. "É necessário desmistificar e pensar que o câncer pode ser um diagnóstico diferencial porque entre dez crianças que forem diagnosticadas precocemente, oito terão cura", enfatiza a médica.

Diagnósticos em Pelotas

No Município não há um serviço de oncologia pediátrica, diante disso, os pacientes são encaminhados ao centro de referência de atendimento em Porto Alegre. "Eu trabalho também no Pronto Socorro, a gente recebe muitos pacientes que o pediatra ou o médico da UBS encaminhou, a gente faz os exames iniciais e encaminha para Porto Alegre", explica a oncologista pediátrica.

Conforme a secretária de Saúde, Roberta Paganini, existe um fluxo para encaminhamento ao tratamento oncológico. O médico do SUS, seja especialista em alguma área ou médico da Unidade Básica de Saúde, já com o diagnóstico ou a suspeita, solicita pelo sistema de regulação, o Gercon, uma consulta com o oncologista. O sistema, conforme a titular da pasta, agenda a consulta. O Município informa o paciente e, em caso de necessidade, oferece transporte para tratamento. Todos os pacientes de zero a 18 anos fazem o tratamento oncológico em Porto Alegre.

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